domingo, 19 de junho de 2011

Do (maravilhoso) estágio

As cenas interessantes... bem, desde o miúdo que veio buscar a pílula do dia seguinte para a namorada e me exclamou, com toda a calma, que não precisava de aconselhamento porque não era a primeira vez que a dita namorada ia utilizar (e das muitas coisas que me passaram pela cabeça para dizer, mas não disse, porque sou uma pessoa profissional), à senhora com idade para ser minha avó que me pediu aconselhamento sobre os preservativos que temos à disposição dos utentes, ao senhor que queria "Clamoxel", que na realidade se chama "Clamoxyl", às senhoras que todas as semanas vão à farmácia e, ultimamente, têm exclamado "Ai a Doutora está tão branca, sente-se bem?!", muita coisa tem acontecido.

Gosto de Farmácia Comunitária, gosto do que faço, só não gosto de alguma coisas que acontecem por aquele espaço (e que agora não são para aqui chamadas). E pronto, é assim.

parafina falsificada

4 comentários:

teardrop disse...

Eu também gostava bastante de comunitária... mas houveram uma série de situações que me levaram a um ponto de ruptura. 3 anos depois de ter deixado a farmácia, há dias em que ainda tenho algumas saudades! Aproveita bem o estágio!
Beijinhos

parafina falsificada disse...

Sou muito sincera: vejo-me a trabalhar em comunitária, mas não sei se para sempre.
Vou aproveitar sim, embora chegue ao fim-de-semana esgotada, sem vontade de olhar para monografia ou fazer o que quer que seja! Beijinhos

Andie disse...

aviso: vou ser um bocado negativa!

pelos teus comentários ao estágio, vejo que farmácia comunitária padece do mesmo mal de sempre. Apesar de gerações de farmacêuticos competentes tentarem informar e educadar a população no que diz respeito à sua saúde, vejo que os erros/ as queixas são repetitivas. O que me diz que algo não está a ser eficiente.

Há mais de 3 anos que fiz o meu estágio e vi exactamente as mesmas queixas. Trabalhei noutra farmácia, noutra localidade e mesmo assim a falta de informação é transversal.

Tive exactamente a mesma opinião que tu exprimiste, tanto no post como na primeira frase do teu comentário feito acima.

Não querendo ser simplista (nem ingénua), acho que a eficiência para informar os utentes não pode passar só pelo farmacêutico, embora ache que a posição deste na sociedade é favorecida pelo contacto directo e livre com o utente através da farmácia.
E eu gostaria mesmo muito de ter ideias para ajudar a melhorar estas situações de confusão do utente que se traduzem em frustração profissional para o farmacêutico. É cansativo repetir o mesmo.
(E nem vou discutir a atitude de muitos "patrões" - sim, patrões! - de farmácias por esse Portugal fora.)

Acho que deves aproveitar o estágio e aprender o máximo que podes (em termos sociais ainda se aprende mais!).
Continuação de bom estágio e boa sorte para a monografia :)

parafina falsificada disse...

Andie, a mim continua a surpreender-me os casos de "burrice" autêntica face a algumas situações que as pessoas continuam a ter. De pessoas mais velhinhas, que não sejam tão cultas, ainda se atura, agora de pessoas novas... há tanta informação disponível (aquela do miúdo da pílula do dia seguinte foi a que bateu mais... é que andam a brincar com o destino por puro divertimento, mesmo. Estive para lhe dizer que uma caixa de preservativos se calhar fica bem mais barata que uma pílula do dia seguinte. Ou se não querem utilizar preservativo, irra, que vão a uma consulta de planeamento familiar que é grátis e a miúda começa a tomar a pílula! Não entendo como é que estas situações ainda acontecem. Ainda se é um descuido... mas não, aquilo evidentemente era propositado).

E deve haver agora uma moda que diz "só és fixe se tomares uma benzodiazepina", porque além de serem cada vez mais as pessoas a aparecerem com receita, nem vou falar das pessoas que aparecem espontaneamente a quere-las (obviamente que não as forneço).
E sim, além de todas estas situações que me fazem pensar se, de facto, vale a pena tentar ensinar alguma coisa às pessoas (e até que ponto é que aquilo que lhes dizemos não entra por um ouvido a 200 e sai pelo outro a 400), concordo contigo - a atitude dos "patrões" também deixa muito a desejar. Não de todos, mas de alguns. É curioso que as atitudes mais reprováveis que se vêem são de pessoas muito mas realmente muito mais velhas. E tudo o que eu consigo pensar é: mas como é que "x" pessoa conseguiu ser farmacêutico durante tanto tempo e ter este tipo de comportamento?!
Para não falar, obviamente, da maneira como os estagiários (alguns...) são tratados... para eles, nós somos a melhor mão de obra... GRÁTIS! E o que se aproveitam.

Outra coisa que me aflige é saber que o mercado de trabalho está a começar a ficar saturado, mas ver tanta falta de recursos humanos (e falta de organização), em algumas farmácias. Mas pronto, deve ser por isso que recebem estagiários, para poupar uns euritos e pronto, sempre têm alguma organização (falo por mim, gosto de ter organização no que faço e gosto de fazer as coisas que tenho para fazer eficientemente e rapidamente, dentro do possível) que não teriam se não estivéssemos lá.

E sim, hoje foi um dia mau e quem me dera conseguir chegar às 19h e deixar tudo lá na farmácia... seria tão melhor para mim e para a minha cabecinha! Enfim.

beijinhos