quinta-feira, 31 de agosto de 2006

O meu tamagotchi

Quando a febre do Tetris me passou, passei a ter a febre chinesa, vulgo, febre dos tamagotchis. O meu primeiro tamagotchi foi tratado com tanta pompa e circunstância que ainda hoje, quando me lembro, me faz pensar que eu já naquela altura era doida.

Ora, eu adquiri o dito cujo e fazia questão de o ter sempre ao pé de mim. Levava-o comigo para a escola, andava comigo nos intervalos, dormia na minha mesa de cabeceira, quando estava na casa de banho a fazer as minhas necessidades fisiológicas, ele também lá estava... e assim. O máximo de idade que o dito cujo podia alcançar era 30 anos, e isso, se bem me lembro, durava uns 15 dias a atingir.

Devido aos tão bons tratamentos, é óbvio que o tamagotchi teve uma vida feliz e qual não é o meu espanto, quando ele já está com 28 anos.

Tudo bem até aqui. Ora, portanto, uma sexta-feira à noite (nunca me hei-de esquecer), estava eu na casa de banho a fazer as minhas necessidades pessoais né, quando pego no dito, olho para ele e penso para mim própria: "Olha lá, ó parafina falsificada, e se tu carregasses nestes dois botões ao mesmo tempo? que será que aconteceria?"

Eu carreguei nos dois botões ao mesmo tempo. E matei o bicho.

Quando saí da casa de banho, fui directa à cozinha falar com os meus pais.

parafina falsificada *tristonha* : Pai, matei o tamagotchi.
Pai parafina falsificada: Tu fizeste o quê?!
Mãe parafina falsificada: O brinquedo dela, homem! Como é que fizeste isso, parafina falsificada?
parafina falsificada: Estava na casa de banho, decidi carregar em dois botões ao mesmo tempo, para ver o que acontecia, e matei-o. Ele já tinha quase 30 anos.
Pai parafina falsificada: Ah, não fiques assim, ele volta a crescer.

Sim, o meu pai era o insensível cá do sítio naquela altura. O facto é que o bicho cresceu, mas eu nunca mais tive a mesma devoção para com ele.

Ainda continua por ali guardado, provavelmente sem pilha também. Mas que bons tempos que aqueles eram, em que eu me importava mais com tamagotchis do que com a vida em si.


parafina falsificada (que continua extremamente chocada por certos factores externos a ela, mas não é por ser externos que não vai ficar chocada, e começa a pensar que secalhar *chega-se à sua melhor amiga, a Bejeca* somos nós que somos demasiado pitas para entender essas coisas)

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