sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dura Praxis, Sed Praxis

Para começar este texto, tenho a dizer que sou a favor de praxes, mas nada de brutalmente horrível, eu gosto de praxes, como as da minha faculdade e sou totalmente contra a andarem a perseguir caloiros e a espancá-los e whatever. Este ano foi o primeiro ano que pude praxar e, sinceramente, acho que não fui má. De todo. Está bem que eu berro mais que eles todos juntos, mas isso é apenas um facto.

Acho, apenas, que as pessoas em geral têm uma ideia completamente exagerada do que são as praxes e já vão ver porquê...

Na passada segunda-feira, andei com os caloiros por Lisboa, no Casco Paper, que para quem não é de Lisboa é muito bom porque ficam a conhecer vários sítios da capital e etc. Ora, assim que entrámos no metro na Cidade Universitária, tal como os doutores lhes tinham dito, os caloiros disseram "Bom dia, senhores passageiros". Foi algo que eu fiz no meu ano de caloira e não houve problema nenhum. Porém, este ano, tivemos logo um senhor que, assim que nos viu entrar, nos mandou calar.

Os caloiros olharam para nós, os mais velhos, com altas caras e nós, doutores, ficámos igualmente com uma cara totalmente aparvalhada. Saímos do metro na estação em que era previsto (com velhinhas a rirem-se quando os nossos caloiros lhes acenavam um adeus quando o metro partia) e pronto.

Ao longo de todo o dia, fomos abordados por pessoas nas ruas de Lisboa e se pensam que essas pessoas eram educadas ao falar connosco, então estão muito enganados! Na realidade, entre mandar bocas do género "Até a explicar o porquê do traje académico se envergonham, que parvos!" e umas velhas se dirigirem a nós, quando lanchávamos, COM os nossos caloiros a dizer "Haha, os doutores e os caloiros que quando acabarem o curso vão arrumar carros para o Rossio", ainda houveram uns senhores que, por pouco, não nos batiam a nós doutores porque, segundo eles, as praxes que lhes estávamos a fazer (cantar músicas da nossa faculdade e músicas das cordas que os próprios caloiros inventaram) era um acto do diabo. Eu fiquei seriamente possessa com um senhor (se lhe posso chamar isso) dos seus 30 anos que, em pleno Largo de Camões, se pôs a dizer para os caloiros que deveriam ser anti-praxe, que aquilo não fazia sentido nenhum. Eu disse ao senhor que a maioria das pessoas que entra no Ensino Superior é praxada, e no caso da minha faculdade, pelo menos, as praxes são do mais soft que há. E que os caloiros estavam ali porque queriam, não estavam obrigados. O senhor não nos deixava falar, quase que nos levantava a mão e foi então que os nossos caloiros saltaram em nossa defesa e disseram de sua justiça. Que se estavam a divertir, que não éramos maus, que não estavam a fazer nada de mal, que queriam estar ali.

Acho duma parvoíce extrema haver pessoas que se chegam ao pé de nós a dizer baboseiras destas, sem saberem do que vão falar, sem saberem como são realmente as praxes. Eu sei que na televisão só passam as coisas más sobre a praxe e as pessoas têm uma ideia pré-concebida a partir disso. Mas é de uma lata tremenda quase que baterem e agriderem verbalmente os alunos mais velhos, trajados, por causa disso.

A boa parte da coisa é que ainda houveram pessoas que gostaram, na sua grande maioria estrangeiros, e que tiravam fotos e faziam-nos imensas perguntas e achavam realmente piada.

E não, a praxe não é dura, pelo menos na FFUL.

(Custa mais aos doutores (especialmente às doutoras) que aos caloiros, e eu sei, porque já passei por ambos. E este ano fiquei muito mais cansada, tanto emocionalmente como fisicamente, do que no meu ano de caloira. E os meus pés... coitadinhos!)

A praxe, na FFUL, é divertida.

parafina falsificada

1 comentário:

inês disse...

Não estive no meu melhor, este ano... Deixei o cansaço vencer-me! Mas sim, as praxes são bem divertidas na FFUL! xD

Fica o conselho:

"Nunca vás a um Cascopaper seguido de um Dia D. Ficas toda arrebentada e depois não praxas como deve ser. Foi uma amiga minha da FFUL que me disse." xD